segunda-feira, 7 de julho de 2014

NOVA FAMÍLIA BRASILEIRA – A POLÊMICA DA ADOÇÃO HOMOPARENTAL


Por Fernanda Caldas
Quinta-feira, 3 julho 2014
Em pleno século XXI muito se ouve falar sobre a aceitação da homossexualidade pela sociedade como algo normal que deve ser respeitado. Quando são envolvidas questões familiares, no entanto, as opiniões são bem dividas: os que são a favor da adoção de crianças por casais homossexuais e os que são contra.
Como a maioria dos casais, após certo tempo de relacionamento ou casamento, muitos casais homo afetivos desejam ter filhos. No caso deles, porém, esse sonho se torna um pouco mais complicado, uma vez que para terem filhos biológicos duas mulheres precisariam de um doador de sêmen, assim como dois homens precisariam de uma barriga de aluguel. No primeiro, caso a dificuldade está nos custos dos procedimentos que são muito altos. Já no caso de dois homens, conseguir uma ‘barriga de aluguel’ é algo extremamente difícil. Sendo assim, muitos desses casais procuram a adoção como uma alternativa para realizar o sonho de terem filhos.
O conceito de família vem se modificando. Antes, a presença do pai era vista como figura central e de maior autoridade na casa. Hoje, muitas famílias são compostas apenas por mãe, avós, tios, irmãos, dois pais, duas mães, além das diversas outras estruturas. Desta forma, sendo a família a base para a construção do caráter e da personalidade de qualquer pessoa, a adoção homoparental – adoção de crianças por homossexuais e bissexuais – torna-se uma polêmica.
O fato de essas crianças crescerem com a ausência de uma figura masculina ou feminina e de que isso seria prejudicial para o seu desenvolvimento é um dos argumentos mais utilizados por aqueles que são contra esse tipo de adoção. Pensando desta forma, todavia, o que seria das crianças que são filhas de pais solteiros? E será que o convívio dessas crianças iria ficar restrito somente a seus pais, sem possuir figuras de avós, tias, primas, professoras, psicólogas ou assistentes sociais, caso fosse necessário?
A questão do preconceito que essas crianças poderão sofrer por serem filhas de dois pais ou de duas mães também parece ser algo que preocupa quem não concorda com isso. Esse preconceito, no entanto, não vem da incapacidade dos pais, mas sim da sociedade que, em grande parte, ainda não aceita esse novo modelo familiar que pode preencher o mesmo amor e a mesma importância na vida de qualquer criança, assim como as famílias tradicionais. Além disso, a adoção acontece para garantir o bem estar do menor, e não para satisfazer o desejo dos pais. Inserir uma criança em uma família na qual lhe dará o direito de ter educação, amor e uma vida satisfatória deve ser prioridade, independente de sua estrutura.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) zela pelo menor e só permite a adoção se houver a garantia da proteção do adotando, assim como o preenchimento de suas necessidades, trazendo-lhe uma vida digna. Sendo assim, se um casal homossexual atingir todos os quesitos que estão dentro da adoção legal, não se pode negar a eles esse direito. O amor, o carinho, o respeito e a educação independem da orientação sexual que qualquer pessoa de bem pode dar a uma criança.
Sobre Fernanda Caldas
Carioca, apaixonada pelo Rio de Janeiro, pelo sol, pela natureza e por rock 'n roll. Fã dos Beatles e amante de todos os cães e gatos do mundo. Comunicóloga por opção e curiosa por natureza.
http://www.afronte.com.br/polemica-da-adocao-homoparental/

Nenhum comentário: