segunda-feira, 11 de agosto de 2014

2 CRIANÇAS ABRIGADAS EM PP PODEM SER ADOTADAS


10 de agosto de 2014
Por Mariane Gaspareto-ESPECIAL
Prudente
Ela conta que, quando o menor tem até quatro anos, seu encaminhamento para algum casal é “muito mais rápido”.

Em Presidente Prudente, das 55 crianças abrigadas no Lar dos Meninos e no Lar Santa Filomena, apenas duas estão disponíveis para adoção, conforme informações da assistente social judiciária da comarca Prudente, Ana Cristina Turino Silva. No entanto, desse total, apenas um quarto das crianças estão em processo de decisão judicial para a adoção. “As outras são casos de acompanhamento familiar”, completa. Atualmente há 70 casais na fila da espera da adoção na cidade e, segundo Silva, as exigências impostas como idade, cor e sexo vêm se tornando mais flexíveis.
Por ano, em média 18 crianças são adotadas no município, conforme a assistente social. Ela explica que o número de menores disponíveis é muito variável. “Hoje só tem duas adolescentes, mas amanhã podem aparecer outras crianças para serem adotadas. Esse dado é constantemente atualizado, pois assim que elas ficam disponíveis, acionamos uma família com cadastro na comarca de Prudente ou a âmbito nacional”, conta.
De acordo com Silva, a demora nesse processo se dá pela burocracia para a liberação da criança para a adoção. Ela conta que, quando o menor tem até quatro anos, seu encaminhamento para algum casal é “muito mais rápido”.
Entretanto, a assistente social revela que o perfil do casal adotante se modificou. “Antes os casais queriam crianças com até três anos, enquanto hoje aceitam com até sete anos de idade”. Para ela, isso é consequência de um trabalho de sensibilização realizado pelo judicial.
A assistente social do Lar dos Meninos, Marisa Maria de Oliveira Masiero, afirma que a mudança nas preferências dos pais pode ser observada ao longo do processo. “No início eles falam que querem com idade, cor e sexo específicos. Depois de todas as etapas da adoção, entendem o panorama dos lares e mudam as preferências”, afirma.

ADOTANTES
A comerciaria Rita de Cássia dos Santos Oliveira, 40, deu início ao procedimento para se cadastrar na fila de adoção em maio deste ano. “Já fiz a primeira entrevista e o curso no fórum será em agosto ou setembro deste ano”, conta. Oliveira sabe que o processo pode ser demorado e levar alguns anos, mas não desistirá. “Sei que devemos ter paciência, mas vamos perseverar”.
Conforme ela, muitos casais buscam crianças pequenas com o intuito de educá-las à sua maneira. “Mas é falta de conhecimento e as psicólogas nos orientam que podemos moldar a criança até quando são maiores”, afirma.
A dona de casa Márcia Figueiredo dos Santos, 45, adotou Juan Lucas Figueiredo há treze anos, após um ano e meio de espera. “O meu processo até que foi rápido, tem quem espere cinco anos”, expõe. De acordo com Santos, conhecidos seus que estavam na fila de adoção desistiram após a burocracia do procedimento. “Mesmo assim, a procura é grande e maior do que o número de crianças disponíveis”, pontua.

ADOÇÃO
A adoção é uma inclusão de uma nova família, de forma definitiva e com aquisição de vínculo jurídico próprio de filiação, de uma criança ou adolescente, cujos pais morreram, aderiram expressamente ao pedido, são desconhecidos ou mesmo não podem ou querem assumir suas funções parentais.
Segundo o advogado Wilson Liberati, escritor de dois livros sobre adoção, o processo passa por vários mecanismos de atualização. “É obrigatório que os casais ingressem em juízo, sem a necessidade de um advogado para se inscrever no cadastro de adotantes”, explica. Após várias entrevistas e visitas, o juiz considerará se o casal ou a pessoa está apto para a adoção.
O processo recebe parecer do Ministério Público, sentença judicial e inscrição do candidato, após o trânsito em julgado. Estando habilitado, o próximo passo é aguardar a convocação do juizado para conhecer a criança ou adolescente disponível.
“Esse procedimento não tem um tempo exato, pois visa escolher pais que cuidarão devidamente da criança. É necessária a demora porque, após finda a adoção, não tem volta”, expõe. Para Liberati, a demora geralmente está na escolha das crianças pelos entrevistados. “Se ele aceita crianças sem muitas exigências, é muito mais rápido”. No entanto, o advogado revela que por esse motivo se deu um movimento de flexibilização dos pais. “Há uma aceitação maior dos interessados por conta do próprio amadurecimento do processo da adoção”.
http://www.imparcial.com.br/site/2-criancas-abrigadas-em-pp-podem-ser-adotadas

Nenhum comentário: