domingo, 10 de agosto de 2014

SEM REGISTRO - DIA DOS PAIS


09/08/2014
O Juizado desconhece casos de homens que tenham buscado a instituição para adotar crianças

A adoção, de acordo com Franco Rocha, conselheiro tutelar em Boa Vista, é um ato necessário, uma forma de tirar crianças de abrigos e dar-lhes uma família. Com a chegada do Dia dos Pais fica a pergunta: um homem que deseja ser pai, seja ele solteiro, separado, divorciado, com ou sem filhos, pode ou não adotar uma criança?
De acordo com o coordenador da Divisão de Proteção do Juizado da Infância e Juventude de Roraima, Kennedy Amorim, caso o candidato atenda outros requisitos exigidos, a falta de uma mãe para a criança não é um empecilho para o ato. De acordo com informações colhidas no próprio Juizado, porém, não há registro de nenhum homem, não acompanhado de cônjuge, tenha adotado filhos em Roraima.
Você deseja saber o que é ser pai e ainda não elegeu uma mãe para o filho? A adoção é um dos caminhos para este fim. Para tanto, você - ou qualquer pessoa ou casal que deseje esse direito - precisa passar por alguns passos, que devem atentamente observados pelo Juizado da Infância e Juventude.
De acordo com Kennedy o candidato, ou os candidatos, deve submeter-se a um processo de habilitação para adoção. O primeiro passo é conseguir um advogado, seja particular ou cedido pela defensoria. Depois do repasse de alguns documentos e o preenchimento de formulários dá-se entrada no processo de adoção. “Após esse processo, a pessoa será enquadrada naquilo que a gente chama de Curso de Postulantes a Adoção”, explicou Amorim.
Esse curso é popularmente conhecido como “curso de pais”, pois tem o objetivo de avaliar se aquelas pessoas estão aptas a adotar uma criança. Os alunos vão literalmente para sala de aula. “Lá, eles serão assistidos pela equipe técnica do Juizado, formada por psicóloga, pedagoga e assistente social. Ele é feito duas ou três vezes por ano. Ao final da jornada, um certificado é concedido aos habilitados”.

MAIS PRÓXIMO DO FILHO
Estando habilitados, os futuros pais passam a fazer parte de um cadastro de adoção e ficam à espera do surgimento de uma criança que se enquadre no perfil desejado. Um problema relacionado a este tal perfil desejado pelos pais, está relacionado à idade. De acordo com Kennedy, mesmo existindo mais pessoas querendo adotar do que crianças para serem adotadas, a maioria dos postulantes a pais querem crianças com, no máximo dois anos de idade, dificultando, assim, a chamada adoção tardia. “No Brasil, 96% das crianças a serem adotadas têm mais de quatro anos e isso gera uma dificuldade para serem escolhidas”.

ELES CONSEGUIRAM
Mesmo desconhecendo um caso de adoção de criança por um homem que não estivesse ligado a esposa, Kennedy disse que em 2011 um casal homoafetivo - formado por dois homens - passou pelos processos necessários e ao final conseguiu adotar uma criança. “Um deles veio sozinho, mas na audiência de instrução percebeu-se que ele tinha um companheiro. Pedimos, então, para que a outra pessoa viesse e se habilitasse também no polo ativo da ação, ou seja, teríamos dois autores. Foi feito todo esse processo e, ao final, a ação foi julgada a favor do casal”, contou Kennedy.

APELO
O conselheiro tutelar Franco Rocha, que, com seu trabalho, encaminha candidatos a pais adotivos para o Juizado da Infância e Juventude reforçou a importância desse ato. “Hoje, o processo de adoção não é tão simples, mas todo o longo processo de investigação é necessário. Gostaríamos que a sociedade tomasse conhecimento, agisse com o coração e resolvesse adotar uma criança. A adoção é um gesto de amor formidável. Um abrigo, por mais humanizado que seja jamais vai substituir uma família. É muito gratificante ver nos olhos de uma criança a felicidade de ser recebida num lar”.
Ninguém. No Estado, até hoje, não há registro de nenhum homem solteiro procurando crianças para adotar (FRANCE TELLES)
http://jornalderoraima.com/noticia/4288/sem_registro

Nenhum comentário: