sexta-feira, 24 de outubro de 2014

AMOR ENTRE PAIS E FILHOS: EXISTE EXPLICAÇÃO CIENTÍFICA ?


Filhos… Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
... Porém que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda.
Que os filhos são!
(Vinícius de Moraes)
Hoje peço-lhes licença para dedicar um pouco mais de emoção a esse tema, pois se você é pai ou mãe que ama demais seu filho (assim como eu), bem-vindo ao clube !
Mas, existe alguma explicação científica para o amor incondicional existente entre pais e filhos ? Amamos tanto os nosso filhos que dói. É difícil entender a dimensão desse amor para quem não é mãe ou pai também. Os cientistas afirmam que esse sentimento brota durante a gestação, mas também nasce e se fortifica com os primeiros meses de convivência, graças a um hormônio chamado oxitocina. Responsável pelos laços de amor que unem pais e filhos, a substância é produzida no cérebro e armazenada na hipófise. Bem, o certo é que trata-se de amor à primeira vista. Você vai se apaixonar por seu filho e não importa se é natural ou adotivo.
Quando os bebês nascem precisam de uma ajuda total para sobreviverem. Com o crescimento, vão se tornando capazes de assumir as tarefas de cuidarem deles mesmos. Este processo de amadurecimento necessita tanto do empenho da criança quanto da atitude dos pais de permitirem uma liberdade cada vez maior de seus filhos, acompanhada de uma também crescente responsabilidade.
Pois é ...A educação dos filhos é tarefa difícil, mas gratificante. Costumo dizer que amar ganha um novo sentido quando também significa educar e incluir nos relacionamentos familiares, através da convivência diária, valores sociais como: gratidão; disciplina; religiosidade; ética e cidadania. Acima de tudo, prepará-lo para o mundo, para a independência futura. Tudo isso envolve educação para a vida e também o respeito ao próximo.
As pessoas se importam. As pessoas cuidam. O desejo de ajudar, contribuir e aumentar as expectativas de acertos, parece ser sempre diretamente proporcional à quantidade de amor que você deposita na vida do outro. Quando você ama demais, quer que a pessoa viva o melhor que ela pode viver. O melhor que você sabe que ela pode ter para si.
Pais excessivamente autoritários e filhos demasiadamente exigentes se sobrecarregam afetivamente uns aos outros. O problema do superprotetor é que ele acredita que tem o compromisso de evitar qualquer problema para os filhos. Aquilo que se diz a respeito de mãe também é verdadeiro em relação aos pais superprotetores.
Sei bem que não é nada fácil, mas nós (os pais), precisamos ser um pouco racionais, vamos lá ? Segundo Içami Tiba, psiquiatra e escritor de livros sobre educação, atualmente as pessoas buscam uma satisfação imediata dos seus desejos, têm pressa. Os filhos não ficam felizes com o que têm, eles querem o que não têm, são insaciáveis e sabem que basta apontar para algo e que a mãe põe logo no carrinho do supermercado. Isto é a saciedade. O escritor, nesse sentido, faz uma séria advertência: os pais estão errando porque estão amando demais. Na verdade, os pais estão querendo fazer uma educação acertada, mas, como não sabem qual é o certo e o errado, acabam errando por excesso de tolerância, não cobrando coisas e, principalmente, dando vazão às vontades dos filhos. Criar o filho em uma estufa é amar demais, pois ele fica sem nenhuma resistência para poder sobreviver quando sair da estufa. É esse o grande drama. “O amor é sempre uma condição básica, mas se não acrescentarmos a educação ao amor, os filhos crescem fazendo tudo o que têm vontade e não o que deve ser feito”, afirma o educador. Aqui entra outro conceito fundamental: é preciso cuidar, mas principalmente educar. Os pais estão mais cuidando que educando os filhos. Criar é prover, satisfazer as vontades do filho, é proteger, como qualquer animal faz para o seu filhote.
De acordo com a matéria publicada na revista Crescer, da editora Globo (edição 217 – dezembro 2011), existem diversas maneiras de demonstrar que amar demais não faz mal.
DIGA NÃO: impor limite também é uma forma de educar.
DEMONSTRE CARINHO PELO PRÓXIMO: o relacionamento familiar é o primeiro modelo que a criança tem de sociedade
- Planeje algo especial para ele: em uma festa de aniversário, por exemplo, peça a ajuda da criança para aprontar ao menos um item.
DÊ SENTIDO ÀS PALAVRAS: é muito comum os pais dizerem: “eu te amo”. No entanto, a criança pode não entender tamanho amor; sendo assim, dizer “o seu abraço é tão gostoso”, “fiz aquele bolo que você gosta” ou “seja bem-vindo, filho” também passam o mesmo recado.
DEIXE UM BILHETE SURPRESA: na lancheira, na mochila, na mala, etc., Agora, se ele ainda não sabe ler, que tal um desenho?
ASSISTAM A UM FILME INSPIRADOR: dos desenhos animados às comédias românticas.
QUEBRE A ROTINA: levar café na cama, fazer um passeio inesperado...
LEIAM UM LIVRO SOBRE AMOR: algumas crianças têm dificuldade de entender sentimentos abstratos como o amor. Para ilustrar, use expressões como: tamanho dos braços compridos e esticados, da altura de um pulo, da distância de um rio, entre outros.
MOSTRE FOTOS DELE QUANDO BEBÊ: filmes, álbuns, um chocalho de quando era criança... Todos esses detalhes da “história” do seu filho são importantes para a construção da identidade dele, para ele saber de onde veio.
Poucas vezes na vida, uma pessoa terá a chance de dizer que tem amor incondicional por alguém. Em geral, somente pai e mãe podem realmente afirmar que amam dessa forma. Porque o ato de continuar amando, não importa o que aconteça, é uma exceção. Amar apesar das crises familiares, amar apesar das broncas, das decepções.
ENFIM, CADA UM TEM SEU PRÓPRIO DE AMAR: Mais importante do que seguir essas sugestões à risca é encontrar a maneira mais adequada e equilibrada de mostrar ao seu filho diariamente o quanto o ama.
Christiane Lima : Sou Assistente Social (formada pela Universidade Federal do Maranhão), Psicopedagoga, Especialista em Saúde da Família e professora universitária. Possuo experiências nas áreas de Saúde e Educação. Realizo palestras em empresas e escolas para alunos, funcionários e corpo docente.
http://elo.com.br/portal/colunistas/ver/227501/amor-entre-pais-e-filhos-existe-explicacao-cientifica-.html

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