31.10.2014
Arte: Guilherme Pila
Muitas pessoas acreditam que o processo de adoção é demorado e muito burocrático. Mas na verdade, conforme a assistente social do Fórum de Chapecó, Carme Salete Collet, não é. Hoje a legislação sofreu algumas alterações para que assim o processo transcorresse com mais facilidade.
“Assim, as pessoas interessadas em adotar precisam passar por um curso preparatório primeiro, que dura em torno de um mês, onde são realizados cinco encontros com duas horas de duração cada um”, explica.
Nesse curso são repassadas diversas informações, desde como funciona o processo de destituição do poder familiar da criança/adolescente, o processo de habilitação, preconceitos, mitos, as fases de desenvolvimento das crianças, adoção tardia e de crianças com problema de saúde. Assuntos, segundo a assistente, que ainda geram dúvidas aos interessados em adotar uma criança. Após o curso, são encaminhados a assistente social para providenciar os documentos necessários e a partir disso inicia as entrevistas.
Depois disso o casal entra para um cadastro chamado Cuida: Cadastro único Informatizado de Adoção e Abrigo. “Ele é estadual, e é onde nós temos cadastrados todos os casais ou solteiros habilitados para a adoção e também o histórico de cada criança ou adolescente acolhidos.
<p>O seguinte passo é a localização deste adotante. No entanto, a Lei permite que cada comarca tenha seu próprio cadastro, pois antes de chamar alguém de outro município ou estado para adotar aquela criança, o responsável precisa chamar alguém da comarca da sua região, neste caso Chapecó, que abrange também as cidades de Cordilheira Alta, Guatambu, Caxambu, Planalto Alegre e Nova Itaberaba.
ESPERA VARIA DO PERFIL EXIGIDO
A assistente social afirma que o processo de adoção do início ao fim poderá demorar conforme o perfil idealizado pelas famílias. “Hoje qual é o tempo que um casal que espera para adotar uma criança recém-nascida ou com até seis meses, que seja saudável e de pele clara? Cinco anos. A demora ocorre porque os casais se “fecham” dentro de um perfil idealizador que hoje nós não temos dentro da comarca de Chapecó”, alega.
NÚMEROS
Carme acrescenta que hoje o município possui 116 casais habilitados a espera de um filho, sendo que ao todo, cerca de 60 crianças e adolescentes aguardam pela adoção. Mesmo tendo mais interessados do que crianças disponíveis, as adoções, muitas vezes, não se concretizam pelos futuros pais exigirem um perfil específico de filho. ”A gente já não tem mais crianças recém-nascidas ou pequenas”, afirma.
Ela justifica, também, que isso se deve porque as famílias biológicas estão se arriscando mais, mesmo não tendo condições socioeconômicas privilegiadas, e quando se dão conta de que a situação está complicada, seja por violência ou negligencia, eles optam pela destituição familiar.
Chapecó tem hoje um abrigo, duas casas lares separadas por sexo e, aproximadamente, 10 famílias acolhedoras onde permanecem essas crianças. Em sua maioria eles têm mais de cinco anos e também com grupos de irmãos. “Nossas crianças estão envelhecendo nos abrigos. E quando eles completam 18 anos eles precisam ir para o “mundo”. Mas e o direito deles terem uma família fica aonde? As pessoas precisam abrir mais o coração, aumentar o leque de opções”, questiona Carme.
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA A ADOÇÃO
Requerimento dirigido ao Juiz da Infância e da Juventude
Cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamento
Cópia da identidade e do CPF
Comprovante de renda e domicílio
Atestado de sanidade física e mental
Folha de Chapecó
http://redecomsc.com.br/portal/noticias/geral/Interessados_em_adocao_supera_numero_de_criancas__17860
Nenhum comentário:
Postar um comentário