quinta-feira, 13 de novembro de 2014

TODOS SOMOS FILHOS ADOTIVOS?


6 de novembro de 2014
Rádio Revista André Luiz
Escrito por Maria Izilda Netto
Publicado por Rádio Boa Nova
Pela visão espírita, todos somos adotados. Porque o único Pai legítimo é Deus. Os pais da Terra não SÃO nossos pais, eles ESTÃO nossos pais, porque a cada encarnação, mudamos de pais consanguíneos, mas em todas elas Deus é sempre o mesmo Pai.
A formação de um lar é um planejamento que se desenvolve no Mundo Espiritual. Sabemos que nada ocorre por acaso. Assim como filhos biológicos, nossos filhos adotivos também podem fazer parte de um plano traçado na espiritualidade.
Aos pais cabe o trabalho de orientar estes filhos e conduzi-los ao caminho do bem, independente de serem filhos consanguíneos ou não. A responsabilidade de pais permanece a mesma.
Recebendo eles no lar a abençoada experiência da adoção, Deus sinaliza aos cônjuges estar confiando em sua capacidade de amar e ensinar, perdoar e auxiliar aos companheiros que retornam.
Trazem no coração desequilíbrios de outros tempos ou arrependimento doloroso para a solução dos quais pedem, ao reencarnarem, a ajuda daqueles que os acolhem, não como filhos do corpo, mas sim filhos do coração. Allan Kardec elucida: “Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias”.
TODA ADOÇÃO TEM VÍNCULOS COM AS VIDAS PASSADAS DOS PAIS?
Não diria tal coisa. Podemos ser levados a pensar desta forma por causa da lei de ação e reação.
No entanto isso pode não estar acontecendo num processo de adoção. Não podemos pensar que alguém que trabalha durante anos num asilo de velhos é por que tem vínculo com todas aquelas pessoas idosas que ali estão.
O afeto que dedica a eles é, antes de tudo, um afeto que não precisa estar sendo manifesto apenas por acerto de contas ou resgate por dívidas contraídas.
Os gestos amorosos não precisam estar condicionados a dívidas pregressas.
DEVEMOS ESCONDER QUE ELES SÃO ADOTIVOS?
Um dos maiores erros que alguns pais adotivos cometem é o de esconder a verdade aos seus filhos.
É importante, desde cedo, não esconder a verdade.
às vezes fazem por amor, já que os consideram totalmente como filhos;
outros o fazem por medo de perder a afeição e o carinho deles.
Quando os filhos adotivos crescem, aprendendo no lar valores morais elevados, sentem-se mais amados por entenderem que o são, não por terem nascido de seus pais, mas sim frutos de afeição sincera e real, e passam a entender que são filhos queridos do coração.
Revelar-lhes a verdade somente na idade adulta é destruir-lhes todas as alegrias vividas, é alterar-lhes a condição de filhos queridos em órfãos asilados à guisa de pena e compaixão.
QUAL A MELHOR FORMA PARA SE CONTAR PARA A CRIANÇA QUE ELA É ADOTIVA?
Diria que se conta a uma criança que ela é adotiva assim como se ensina uma criança a perder o medo de escuro ou a ficar sozinha em casa.
Aos poucos. Doses homeopáticas são o alimento afetuoso que vai fortalecer os sentimentos de confiança do ser que traz em si dúvidas por ter sido rejeitado.
OS ADULTOS ADOTAM CRIANÇAS POR AMOR OU POR NECESSIDADE PSICOLÓGICA?
As duas coisas. Seria ideal que só o fizessem por amor. É bom dizer, porém, que necessidades psicológicas desse calibre precisariam ser muito bem diagnosticadas e esclarecidas.
Principalmente para que não estejam por trás dessa atitude, mecanismos psíquicos de compensação, de autoafirmação, de sublimação, de substituição, enfim mais relacionados a orgulho ou “status” do que a um legítimo ato de amor ou afeto. Não fosse assim teríamos menos rejeitados nos abrigos e “lares”.
HÁ MAIS FACILIDADE EM LIDAR COM UMA CRIANÇA ADOTADA RECÉM NASCIDA OU COM AQUELA DE MAIOR IDADE?
Diria que a recém nascida é mais amoldável ao ambiente e aos costumes do casal que a adotou. A própria voz dos pais adotivos se fará ouvir desde muito mais cedo.
A criança adotada de maior idade já terá passado outras experiências e também já sofrido mais as agruras da sua rejeição, quer pelos pais naturais ou pela experiência de viver num “lar” provisório ou mesmo na rua ou, sob a guarda de um juizado, ou então nas mãos dos pais naturais que a maltrataram.
Não há dúvida que o processo de adaptação da criança de maior idade, será muito mais doloroso para todos, e muito mais difícil enquanto tarefa a ser assumida.
Para quem está interessado em adotar ou conhecer o processo de adoção no Brasil, pode acessar os sites da Corregedoria Nacional de Justiça e Cadastro Nacional de Adoção.
Foto ilustrativa: stock.xchng
http://radioboanova.com.br/art…/todos-somos-filhos-adotivos/

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