segunda-feira, 10 de outubro de 2016

'Desespero': pai tenta justificar venda de bebê por R$ 3 mil no Facebook (Reproduçao)

06/10/2016

Foi uma atitude desesperada, estou muito arrependido”, foi assim que o locutor de 26 anos começou a contar a história que resultou em sua prisão, nesta quarta-feira (5), em Campo Grande. O rapaz confessou ter negociado pelo Facebook a venda do próprio filho, de 4 meses, por R$ 3 mil, um dinheiro, que, segundo ele, ajudaria nas despesas da família.

Chorando, o rapaz contou que a suposta adoção da criança começou em fevereiro deste ano, quando a mulher de 22 anos ainda estava grávida. Na época, os dois moravam em Minas Gerais e passavam por problemas financeiros e também pessoais. “A gente estava brigando, morávamos em um contêiner e eu, então, fiz o anúncio da adoção no Facebook”.

Ao descobrir o que o companheiro tinha feito, a jovem de 22 anos, que já tinha uma filha, se negou a entregar o bebê e convenceu o marido a mudar de ideia. “A gente se acertou e ela me falou: 'A gente passa necessidade, mas vamos criar nosso filho juntos, apaga isso'”. Assim o rapaz fez, apagou o aplicativo Messenger do Facebook e nunca mais tocou no assunto.

O menino nasceu, e a família se mudou para São Gabriel do Oeste, a 138 quilômetros de Campo Grande. Na cidade, o rapaz arrumou um emprego e tudo estava bem, até as eleições. “Larguei meu emprego para trabalhar na campanha, mas o candidato não ganhou e eu fiquei sem ter onde trabalhar”, explicou. “Eu não tinha dinheiro para pagar o aluguel nem para mudar para outra casinha. Meu filho estava usando fralda de pano, minha filha [agora com 5 anos] me pedia para comer uma bolacha e eu não tinha condições de dar”, lamentou. Na mesma época, o locutor reativou o aplicativo de conversas e recebeu várias notificações de pessoas interessadas na adoção da criança.

Entre todos os ‘candidatos’, o rapaz começou a conversar com uma estudante de direto, moradora em São Paulo. Ele afirmou que contou a situação que estava passando e a mulher ofereceu um auxílio financeiro. O valor combinado, de R$ 3 mil, seria aproximadamente o valor equivalente às dívidas que ele tinha em São Gabriel. A estudante viria a Campo Grande buscar o bebê e, junto, traria toda a documentação necessária para a adoção do menino. Horas antes de cumprir o trato, o jovem contou para a esposa, que se negou a entregar o filho pela segunda vez.

“Pelo que vimos nas mensagens que eles trocaram por celular, toda a família ficou sabendo, a mulher se negou e ele acabou desistindo”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Mário Donizete Ferraz de Queiroz. “Depois que a família da minha mulher descobriu, falaram que não tinham como ajudar com dinheiro, mas arrumaram um quartinho para gente morar e um emprego para mim em São Paulo, a gente estava indo para lá”, contou o rapaz.

Ao chegarem a Campo Grande, sem dinheiro para continuar a viagem até a capital paulista, o casal procurou o Serviço Social da Rodoviária, onde, diante do choro da mulher, ele acabou contado toda a história e terminou preso. “Estou muito arrependido. Ver minha mulher chorando. Tudo que ela mais queria era ter um filho homem e eu fiz uma coisa dessa. Se eu só tivesse pedido as passagens, não daria nada, mas eu quis confessar”, desabafou.

O jovem foi preso em flagrante por prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante pagamento ou recompensa. Investigações para identificar a possível compradora do bebê serão realizadas agora. Na delegacia, foi arbitrada uma fiança de R$ 200 para que o locutor fosse solto, mas a família não teve condições de pagar.

Os dois filhos, a esposa e a sogra do suspeito foram levados para o Cetremi (Centro de Triagem e Apoio ao Migrante), já que não tinham onde ficar. “O que vai ser da minha família. Agora eu tenho um emprego em São Paulo. Mas o que adianta? Eu vou ficar preso”, chorou o rapaz, antes de ser levado novamente para as celas.

Original disponível em: http://www.midiamax.com.br/policia/foi-atitude-desesperada-explica-pai-tentou-vender-filho-facebook-317939

Reproduzido por: Lucas H.

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