quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Sem limitar idade e deficiência, pais descobriram família perfeita na adoção (Reprodução)

31/12/2016

Amor entre pais e filhos, 2016 foi um ano em que falamos com famílias que se formaram pelo papel e abriram suas casas e histórias ao Lado B. Retratar a adoção emociona quem ouve, escreve e depois lê, porque o que sobra é amor tanto de quem adota, como de quem é adotado.

A maioria destas famílias chegaram até nós por indicação de quem percebeu que eles tinham muito para contar.

Em março, o que a casa tinha de humilde, Rosane tinha de enorme coração. Faxineira da Cotolengo, instituição que atende pacientes com paralisia cerebral grave, ela adotou Manuel, um menino hoje com 23 anos e muitas limitações físicas, mas nenhuma que restrinja o amor que ele retribuir. 

Quando chegou à casa simples, de poucos cômodos e ainda no reboco, no bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande, Manuel tinha 18. Ela já tinha três outros filhos criados e têm netos que são a alegria de Manuel. A conexão entre os dois é tão linda e intensa que emociona. Ele a chama de "vó". 

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Do apadrinhamento para a adoção. Em maio, o Lado B contou a história de Lívia e Lucas, um casal de médicos que embarcaram na maior aventura de suas vidas: serem pais de um modo diferente.
Chegamos até eles através das redes sociais, onde Lívia explicava aos amigos o que era adoção e porque eles tinham escolhido este caminho.

Adotar já estava no coração deles, individualmente, antes mesmo do sim no altar. Ao apadrinharem uma menininha de 10 anos, o pensamento que antes tinham - de que eles dariam oportunidades à afilhada - caiu por terra.

Foi Nicole quem trouxe a chance de sentirem o amor incondicional. A menina de 10 anos ganhou uma família, quando eles encontraram uma filha e ela termina o ano como irmã mais velha. O casal está grávido! 

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Depois de 11 anos na Magistratura, três deles na Vara da Infância e Juventude, que Jacqueline escolheu ser mãe de novo, e ter uma gestação através dos papeis. Como uma mulher que queria ser mãe, os títulos ficaram para trás quando ela ingressou com o pedido na Justiça. Mariana tem 4 anos e desde antes de pronunciar 'mamãe', ensinou o que é amor incondicional em casa.

Com alma de artista e vestidinha de Minie, Mariana declama um poema para a mamãe: 

'Mãe... São três letras apenas
As desse nome bendito:
Também o Céu tem três letras...
E nelas cabe o infinito.
Para louvar nossa mãe,
Todo o bem que se disse
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer...
Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do Céu
E apenas menor que Deus!''

Por ter convivido e entendido o que é adoção, Jacqueline resume que não gerou a filha biologicamente e sim do jeito que ela é, como "nossa filha". 

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Foi fazendo outra reportagem no núcleo de adoção, que o Lado B chegou até um casal incrível, que esperou dois anos por uma gestação de seis dias. O filho que eles tanto esperavam nasceu com microcefalia, mas nem as limitações que ele poderá ter mais à frente interferiram no amor que floresceu no coração da família, assim que o telefone de casa tocou para avisar. 

No cadastro nacional de adoção, os pais ocupavam a 202ª posição de famílias que aceitariam uma criança com problemas de saúde e deficiência. E a realização deles estava no diálogo, a conversa tinha uma trilha sonora: o choro do bebê que tinha acabado de acordar.

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Os caminhos de João, Giselle e Argemiro se cruzavam diariamente pelos corredores da escola, mas só se encontraram mesmo no curso preparatório para adoção. O menino que tinha 12 anos à época já aceitava o fato de que talvez nunca seria adotado por ser "velho demais".

O pai era professor onde ele estudava e a mãe, secretária. Quando o casal decidiu abrir mão de uma criança novinha por uma maior, recebeu todo amor do mundo e descobriu que João era a "peça que faltava". 

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Foi o próprio relato dos pais que emocionou o Lado B, quando decidiram por para fora os sentimentos que descobriram ao levar os filhos para a escola pela primeira vez.

Felipe e Fábio chegaram até os pais Elias e Lucas como afilhados para passar o Dia das Crianças e uma semana de convivência bastou para eles se tornarem uma família.

À época da entrevista, a felicidade deles era tamanho que ninguém dizia que ali estavam pais e filhos em processo de conhecer um ao outro. 

Foi uma honra entrar na casa de cada família e contar um pouquinho de um novo capítulo da vida das crianças. Que em 2017, outros meninos e meninas ganhem um lar e o direito de terem a quem chamar de pais. 



Reproduzido por: Lucas H.


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