quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Após anos de espera, casal consegue a adoção (Reprodução)

31 Janeiro 2017

O balões coloridos e os cartazes de boas-vindas colados na parede da sala revelam que o momento é de comemoração e muita alegria na residência de Bruna Mellato Pereira e Gil Vicente Pereira. A festa tem um motivo mais do que especial: a chegada de Kauane Vitória - o primeiro filho do casal. A recém-nascida chegou em sua nova casa na noite de segunda-feira (30), após uma longa espera dos pais. Gil, 47 anos, e Bruna, 26, estavam há quase três anos e meio na fila da adoção. Bastante emocionado, Gil conta como recebeu a notícia. “Foi na quinta-feira passada, logo depois do almoço. Eu estava descansando quando o telefone tocou. Era a assistente social e, quando ela se identificou, minhas pernas tremeram. Imaginei que teria uma boa notícia”, afirma. De fato, a ligação era motivo de felicidade para o casal. “A assistente social informou que havia aparecido uma criança com o perfil traçado por nós e queria saber se ainda estávamos interessados na adoção. Não pensei duas vezes e a primeira coisa que fiz foi ligar para a minha esposa, que estava no trabalho”, recorda.
O bebê, de apenas 22 dias, estava em um abrigo municipal de uma cidade no Norte de Santa Catarina. Na sexta-feira (31), um dia após a ligação que mudaria para sempre a vida da família, Gil e Bruna viajaram para conversar pessoalmente com a juíza. Foi quando tiveram a primeira visita à recém-nascida autorizada. “Foi um momento que jamais vamos esquecer. Foram muitas lágrimas, mas de felicidade”, revela Gil. Ao pegar Kauane nos braços pela primeira vez, Bruna já se sentiu a sua mãe. “Eu olhei para os olhos dela e senti que ela já era a minha filha”, emociona-se. Mas o casal teve que voltar para Gaspar sem o bebê.

“Na segunda-feira (30) viajamos novamente para mais uma audiência com a juíza. Quando entramos na sala ela nos disse: a Kauane já é vocês. Quase não acreditei”, conta Gil. O casal ganhou a guarda provisória da mãe biológica, de apenas 17 anos, que disse não ter condições de cuidar do bebê e autorizou a adoção. Agora, Gil e Bruna passarão por um estágio até conseguir a guarda definitiva.
“Agora, tudo mudou na nossa vida. Tenho certeza que a Kauane veio para fortalecer ainda mais nossos laços de amor”, afirma Bruna. Ela diz que valeu a pena todos estes anos de espera e seguir os trâmites legais necessários.  “Realizamos um sonho”, ressalta. O primeiro nome do bebê era apenas Vitória, escolhido pela juíza. Depois, Gil e Bruna resolveram acrescentar o Kauane.

A notícia da adoção veio tão de repente que o casal não tinha nada do enxoval do bebê comprado. Mas isto não foi problema. Em menos de dois dias, roupas, carrinho e berço já estavam na residência, esperando Kauane. “Nossos familiares, amigos pessoais e amigos bombeiros fizeram uma grande mobilização”, explica Gil, que é sargento da reserva remunerada do Corpo de Bombeiros Militar.
Os pais não pretendem esconder da filha sua verdadeira história e dizem ter certeza que jamais vão se arrepender da adoção. “A Kauane certamente vai nos tornar pessoas ainda melhores”, diz Bruna.

Decisão
O casal decidiu iniciar o processo de adoção quando descobriu que Bruna teria dificuldades para engravidar por ter o ovário muito pequeno e que, a chance da gestação, passava pelo procedimento de fertilização. Como Gil tem um irmão adotivo, o casal também decidiu pela adoção. “Eu tinha 14 anos quando o meu irmão adotivo chegou a nossa casa. Fisicamente somos muito diferentes, mas muito parecidos na forma de pensar. Nossa relação sempre foi de muito carinho e afeto, como era com meus outros dois irmãos biológicos”, afirma.

A experiência positiva com o irmão incentivou Gil a seguir o exemplo dos pais. “Eu sempre quis adotar uma criança. Acho um gesto muito bonito”. Gil e Bruna ainda não decidiram, mas também não descartam a possibilidade de uma segunda adoção.

Passos para a adoção
- Você deve ir até o Fórum da Comarca de seu município e procurar a Vara da Família, Infância e Juventude. É necessário apresentar o RG e comprovante de residência. Você receberá, então, uma lista dos documentos necessários para dar continuidade ao processo.

- Depois, você terá que participar de um curso preparatório oferecido pela justiça e passar por uma avaliação psicossocial, que inclui entrevistas e visita domiciliar. Em uma das entrevistas, você terá que descrever o perfil da criança desejada.

- Se o seu pedido for acolhido, você será incluido no cadastro e terá que esperar na fila de adoção até aparecer uma criança com o perfil compatível ao que você definiu.

- Quando está criança aparecer, você e ela serão apresentados e passarão pelo estágio de convivência. Neste período, será permitido que você visite o abrigo onde ela está acolhida e faça pequenos passeios com ela.

- Se o relacionamento correr bem, a criança é liberada e você terá que ajuizar a ação de adoção. Primeiro, você receberá a guarda provisória da criança, que passará a morar com a família. Uma equipe técnica acompanhará esta convivência e dará seu parecer ao juiz que decidirá, ou não, pela adoção definitiva.

Original disponível em: http://www.jornalmetas.com.br/geral/após-anos-de-espera-casal-consegue-a-adoção-1.1959391

Reproduzido por: Lucas H.

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