quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

NÃO CULPE A DEUS POR SUAS ESCOLHAS! (Reprodução)

07.02.2017

Paulo Wanzeller

Outro dia estava entre conhecidos em um papo informal quando alguém perguntou por minha filha, é sempre assim, especialmente quando mulheres com um potencial materno evidente pasmam diante da minha decisão de ser pai, procuram angustiadamente entender o que me moveu para decidir ser pai e pai por adoção. Eu disse que ela estava bem; e uma das interlocutoras, que possui um olhar disfarçadamente triste disse: ah! Eu não adotaria..., se Deus não me mandou filhos biológicos é porque eu não tinha que ter filhos.

Fiquei pensando, o que Deus nos dá? O que Deus nos tira? O que Deus mantém em nossas vidas? Como saber-Lhe os desígnios?

Não são perguntas fáceis de responder assim, de supetão, especialmente, se procurar entender a vontade de Deus por meio da sua Palavra, para quem não é estudioso da Teologia é um exercício bem difícil. Afinal o que são conquistas e o que são dádivas?

Na internet encontro: conquistar é “alcançar (algo); conseguir (determinada coisa), por esforço ou merecimento”, busquei exemplificar pelos aspectos da vida moderna: estudo, trabalho, conforto etc.
E dádiva? O dicionário nos diz: “é uma palavra derivada do latim dativa que significa donativo”.

Uma dádiva representa aquilo que é dado, um presente ou uma oferta. O termo dádiva é ainda utilizado com o sentido de presente divino, por exemplo, “os filhos são uma dádiva de Deus”. Se é assim, o presente divino pode vir de várias maneiras, Quem dá o presente escolhe como ele chegará, afinal nenhuma interferência temos sobre na vontade divina.

Sinceramente, tudo o que li e o que acredito não me faz crer que Deus tenha estabelecido um critério materialista baseado unicamente na genética para a formação familiar. Aliás, a própria história de Jesus nos ensina que não há ligação biológica entre Jesus e São José.

Para quem crê no que está escrito na Palavra de Jesus, Ele disse: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” e não “Amai apenas os da tua carne...”. Quando se trata de filhos algumas pessoas se ligam tanto e cegamente no componente genético e esquecem a essência deste ensinamento. Porém, em tese, casam ou dividem suas intimidades, com alguém que não tem qualquer caractere genético, não se importam com aspectos biológicos de seus companheiros, permanentes ou eventuais de vida. Porque com filhos é diferente?

Nada contra quem não quer ter filhos, acho até que não são somente os pais ou mães que encontram a felicidade nessa relação, as pessoas, casais ou solteiros podem ser felizes sem filhos, e que mal há nisso? O que me causa espanto é dissimular a vontade pondo a responsabilidade em Deus sem nenhum respaldo, nem nas escrituras, nem na convivência. Não é o traço biológico que nos torna pais e mães, tanto que alegrias e tristezas vividas no âmbito familiar são as mesmas; ou a decepção do filho biológico dói mais que a do filho por adoção? E as conquistas? As do filho por adoção são mais valiosas? É claro que não. Filho é filho, amor não distingue, não separa, não marginaliza.

Deus nos concede oportunidades de crescimento e aprendizado; e o que fazer quando surgem tais experiências? Se ficamos estáticos achando que o único caminho para a felicidade está resumida a aspectos biológicos da paternidade/maternidade sem enfrentar o desafio que é a criação de filhos, não nos entregaremos ao amor. O maior amor que se pode experimentar na vivência de um ser humano.
Sim, tudo bem, não ter filhos também pode te enriquecer, porque há outras formas de evoluir, ok! Então não culpe a Deus por suas escolhas.

Original disponível em: https://www.facebook.com/groups/diariodaadocao/permalink/1320936204634070/

Reproduzido por: Lucas H.

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