terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Adoção, um ato de amor! (Reprodução)

Uma das definições encontradas no dicionário para a palavra mãe é: “mulher que cria e educa criança ou adolescente que não foi gerado por ela, mas com quem estabelece laços maternais e a quem pode estar ligada por vínculos jurídicos”. A maternidade pode acontecer de diversas formas e não é só tendo uma gravidez que uma mulher se torna mãe. A adoção é uma forma de se tornar mãe tão legítima quanto a gravidez.

É necessário um planejamento enorme e, além disso, a adoção não é necessariamente a última opção, aquela que sobra, depois que todas as tentativas de engravidar se esgotam. Muitas famílias escolhem a adoção como a sua primeira opção, ou mesmo adotar uma criança depois de já ter tido filhos biológicos, criando todos da mesma maneira. Afinal, não há espaço para dúvidas: filhos adotivos são filhos de verdade!!

Gestação do coração

Quando uma mulher deseja um filho, seja ele biológico ou adotivo, esse filho já começa a se tornar real a partir do momento que ela imagina, sonha, se prepara. O bebê ou criança adotada é gerada e cresce no coração da família adotiva, por isso falamos em gestação do coração. Essa gestação pode demorar muito mais do que 9 meses e ser extremamente intensa, pois muitas vezes não se sabe quanto tempo vai demorar para a adoção de fato se concretizar.

Durante toda a espera, vai existir um investimento emocional enorme, muito sentimento e o encontro entre mãe e filho pode ser comparado com o momento do nascimento. Ali começa a se estreitar uma relação, um vínculo, baseado no amor e criado no coração.

Preconceitos e crenças sobre a adoção

Infelizmente, ainda existe muito preconceito. De maneira geral, as crianças que estão disponíveis para serem adotadas têm uma história de abandono, negligência, miséria e, até mesmo, maus tratos. Sendo assim, muitas pessoas acreditam que a adoção é uma coisa ruim e que essa criança trará problemas para a família, pois possui uma história difícil e uma carga emocional muito grande. Muito se fala também sobre a herança genética desconhecida, como se isso fosse alguma garantia de que vai dar tudo errado. Ter um filho biológico não garante que ele vai atender às expectativas do casal, nem que a construção do vínculo se dará de forma tranquila ou mesmo que ele não trará “problemas” para a família.

Somos constituídos pela nossa história

Nós, seres humanos, somos constituídos pela nossa história, que começa a existir antes do nascimento, com o desejo. E tudo que vivemos faz parte da nossa história, desde o nosso nascimento, como o lugar que moramos, as situações que vivenciamos. Ao ser adotada, a criança já tem uma história anterior, que ela pode lembrar ou não, dependendo da sua idade, mas que de alguma forma faz parte da sua constituição como pessoa. Porém, isso não significa que por ter vivido situações difíceis, essa criança não tem mais jeito. Pelo contrário. O amor, o acolhimento e o cuidado transformam vidas.

O processo de adoção é longo e burocrático. E depois que a criança chega no lar adotivo, tem início o processo de adaptação. Ele pode ser muito difícil também, pois serão pessoas novas se conhecendo. Eles vão se entender, se aproximar, se descobrir, se apoiar, se amar. É um processo lindo.

A importância de contar a verdade

Muitas pessoas ficam na dúvida se devem ou não contar para o filho sobre sua adoção. Como somos constituídos pela nossa história, é extremamente importante a criança poder saber de onde ela veio. A adoção é algo natural, bonito e quando é escondida se torna uma coisa estranha, um tabu.

Todos os segredos tem um peso enorme e quanto mais tarde a criança souber da verdade, mais difícil vai ser, pois ela vai se sentir enganada, envergonhada e entender a adoção como uma coisa ruim, que teve que ser escondida. Mentir, dizer que perdeu as fotos da gravidez, entre outras coisas, é muito grave.

Quanto antes ela souber, melhor, pois a adaptação pode se dar de uma maneira espontânea e, mais importante, vai criar um sentimento de pertencimento na criança. Pois agora a história dela passa por você. Mesmo que seja um bebê, você já pode ir explicando como foi a sua gestação do coração, o quanto você a desejou, como foi especial e inesquecível o dia em que vocês se conheceram, o quanto você a ama e tudo aquilo que passar no seu coração.

A adoção pode mudar a vida de uma criança para sempre. E dos pais também.


Bruna Osorio – Psicóloga Clínica
CRP: 06/118617
Facebook: Bruna Osorio Psicologia

Original disponível em: http://www.ficargravida.com.br/comportamento/adocao/

Reproduzido por: Lucas H.

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